Copa do Brasil 2003 | Ficha Técnica | 11.jun.2003 | Final, jogo de volta
Jogadores comemoram o tetracampeonato com muita alegria.
Cruzeiro Tetracampeão
Cruzeiro 3 x 1 Flamengo
Os 79.614 torcedores pagantes que foram ao Mineirão nesta quarta-feira, 11 de junho, não poderiam voltar para casa tristes, como queria Edílson. Eles estavam diante do melhor time do Brasil na atualidade ou para os mais críticos, o mais competente. E para alegria de todos eles e de cruzeirenses espalhados por todos os cantos do Brasil, a superioridade técnica foi confirmada em campo, Alex, Aristizábal, Deivid e companhia voltaram a brilhar, e o Cruzeiro, jogando um belo futebol, derrotou o Flamengo por 3 a 1, tornando-se com méritos tetracampeão invicto da Copa do Brasil.

Com o título desta quarta, o Cruzeiro se igualou ao Grêmio, única equipe até então a conquistar a Copa do Brasil por quatro vezes. A Raposa já havia levantado a taça em 93, sobre o Grêmio, em 96, diante do Palmeiras, e em 2000, frente ao São Paulo. Em 2004, o Cruzeiro disputa sua nona Copa Libertadores.

Do atual elenco cruzeirense, apenas três jogadores já haviam sentido o gostinho de conquistar uma Copa do Brasil. O goleiro André, segundo reserva de Gomes, foi campeão em 2000 pelo próprio Cruzeiro, enquanto Alex chegou ao título em 1998, pelo Palmeiras, sobre o time celeste, e Deivid, no ano passado, pelo Corinthians.

Alex fez o cruzamento para os 3 gols da noite.
O jogo

O Cruzeiro não perdeu tempo. Logo no primeiro minuto, Alex cobrou falta da esquerda, Deivid subiu mais que os marcadores na grande área e colocou a bola no ângulo direito de Júlio César: 1 a 0. O gol de abertura atordoou o Flamengo, que já em seus domínios, no jogo de ida, não passou de um empate por 1 a 1 com os mineiros. Nas arquibancadas, a torcida sentiu que a noite era de comemoração e daí em diante, passou a se deliciar com o jogo que ao final lhe permitiria gritar "é tetra".

Os cariocas esboçaram uma reação na seqüência, sempre liderados por Felipe, mas diante de uma forte marcação, não conseguiam furar o bloqueio da intermediária. Sem outra opção, os chutes de longa distância, na maioria das vezes sem direção, passaram a ser a ferramenta mais utilizada para tentar vencer Gomes. Aos seis, Felipe passou por Recife e de longa distância, quase surpreendeu com chute rasteiro.

Nitidamente atabalhoada, a defesa flamenguista pecava no posicionamento e Júlio César, por sua vez, soltava bolas fáceis alçadas na área, como aos nove, em cruzamento de Wendell. A confirmação do nervosismo veio aos 15, quando novamente em falta cobrada por Alex da esquerda, Aristizábal ampliou para 2 a 0. A bola levantada passou por toda a extensão da área e o colombiano, meio desajeitado, conseguiu ganhar dos defensores e voltou a empolgar os 80 mil celestes.

Deivid marcou o primeiro e mostrou porque é Matador.
Desesperado, Nelsinho Baptista abriu mão de André Gomes no meio e colocou em campo o armador Igor aos 22. De fato, o setor ofensivo ganhou força, mas em contrapartida, a defesa perdeu ainda mais poder de combate. A melhor chance rubro-negra para diminuir ocorreu aos 24, quando Edílson aproveitou uma bola espirrada em Luisão, e chutou cruzado, do bico esquerdo da pequena área, assustando Gomes.

Com o adversário exposto, o Cruzeiro passou a explorar os contra-ataques. O terceiro gol veio aos 28, em nova bola parada disparada pela canhota de Alex, desta vez pela ponta direita. Luisão se destacou no meio do bolo formado na área, cabeceou para o chão e devido à força do arremate, a bola ainda ganhou o ângulo direito: 3 a 0.

O Mineirão foi tomado pelos gritos de campeão, ou melhor, tetracampeão, quando aos 31, Paulo César de Oliveira não marcou pênalti no toque de mão de Fernando dentro da grande área. Não precisava, tamanha era a superioridade técnica dos mineiros em campo. A partir dos 40, os comandados de Luxemburgo já administravam. Aos 43, Alex deu uma série de dribles sobre Fernando Baiano e irritado, o atacante adversário apelou, cometeu falta e recebeu cartão amarelo. No minuto final, o camisa 10 cobrou falta e a bola passou rente à trave direita do goleiro rubro-negro.

Comemoração geral no banco após o gol de Deivid.
Segundo Tempo

A esperada reação do Flamengo não foi vista. Desde o momento que recolocou a bola em jogo, o time de Nelsinho apenas viu o Cruzeiro jogar e perder seguidas chances de ampliar para 4 a 0. Na primeira, aos cinco, Júlio César fez defesa brilhante em chute à queima-roupa de Alex. Na segunda, aos oito, Aristizábal recebeu cruzamento de Maurinho, com o gol livre, e cabeceou sobre a meta. Na terceira, aos nove, Alex recebeu passe de calcanhar de Ari e deu um passe de açúcar para Deivid, mas o centroavante finalizou mal. Na quarta, aos 10, Ari deixou Márcio na cara do gol, mas apesar de ter se esforçado com um carrinho, não alcançou a bola.

A quinta grande oportunidade nasceu de uma jogada individual de Deivid na intermediária, que culminou com um arremate certeiro no ângulo esquerdo. Mas Júlio César, o melhor em campo dos rubro-negros, desviou com a ponta dos dedos.

Ao final o título.
O jogo só mudou de figura aos 18, com o gol de Fernando Baiano. Ele recebeu passe na marca do pênalti e superou Gomes com um chute em seu canto esquerdo. O Mineirão se calou e quatro minutos depois, quase viu Athirson fazer o segundo.

O novo panorama foi fruto da saída de Wendell, machucado. O substituto Márcio não conseguiu manter a consistência no meio-campo e o Flamengo tirou proveito. Sentindo o bom momento, Nelsinho sacou Fábio Baiano em prol da entrada de mais um atacante: Jean. No Cruzeiro, Sandro ganhou o posto de Alex, já desgastado.

Num contra-ataque, aos 25, Deivid perdeu grande chance de matar o jogo. Livre na área, ele arrematou mal de perna esquerda. Aos 27, foi a vez de Maurinho pecar e Júlio César voltar a se destacar. Com uma defesa de mão trocada no ângulo direito, ele impediu novamente que o Cruzeiro colocasse a mão na taça de campeão antecipadamente. Aos 30, foi Gomes que brilhou, em cabeceio perfeito de Jean.

Fica triste não. É assim com Atletico, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Vasco ...
A partir do 35º minuto, o Flamengo foi só ataque e a emoção tomou conta do Mineirão. No contra-ataque, Leandro voltou a desperdiçar grande chance de marcar. Ele ganhou na arrancada de Luciano, invadiu a área e chutou no canto direito, para defesa de Júlio César. Para colaborar na marcação, Mota foi colocado em campo na vaga de Aristizábal. Os cariocas não se entregaram e foi só a partir dos 42 que os cruzeirenses se sentiram à vontade para gritar "tetracampeão". Com justiça.

Informações e Estatísticas
Ficha Técnica
Escalação Cruzeiro

Gomes, Maurinho, Luisão, Gladstone, Leandro, Augusto Recife, Jardel, Wendell (Márcio), Alex (Sandro), Deivid, Aristizábal (Mota).

- Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Escalação Flamengo

Júio César, Luciano, André Bahia, Fernando, Athirson, Fabinho, André Gomes (Igor), Fábio Baiano (Jean), Felipe, Fernando Baiano, Edílson.

- Técnico: Nelsinho Baptista
Estatisticas

Data e Hora: 11 de junho de 2003, às 21:45hs, Quarta-feira
Local: Estádio Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Público e Renda: 79.614 pagantes, 81.310 presentes, renda r$ 700.626,00
Árbitro: Paulo César Oliveira (FIFA-SP)
Assistêntes: Válter José dos Reis (FIFA-SP) e Ednilson Corona (SP)
Gols:
Deivid, a 1 minutos do 1º tempo (Cruzeiro)
Aristizábal, aos 15 minutos do 1º tempo (Cruzeiro)
Luisão, aos 28 minutos do 1º tempo (Cruzeiro)
Fernando Baiano, 18 minutos do 2º tempo (Flamengo)


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